Ginástica de Academia: Vilã ou Mocinha?

 

O que uma pessoa busca ao entrar numa sala de ginástica? Perder peso, definir músculos? Só a estética? Talvez se perguntarmos à maioria delas, elas responderão que sim, é por isso que elas estão ali. Mas será verdade? Será que é só por isso? Ou tem algo maior por trás? Algo que ela leve mais em consideração e talvez nem perceba? Qual o real papel da ginástica coletiva nas academias? Só estética? Ora, para quem é da área, sabemos que há grande discussão em relação à Individualidade Biológica na Ginástica Coletiva. É algo discutível, para outra hora. Mas, e se o cliente que entra numa sala de aulas coletivas estiver procurando justamente isso, o COLETIVO? Será que o papel mais importante da ginástica é na verdade psicológico? Social? Em que outro lugar a pessoa pode voltar a ser criança, pular, gritar, rir, sem sentir vergonha? Onde, afinal, ela pode ter esta sensação de liberdade, tão rara nos dias de hoje? Claro, ginástica dá resultado estético, mas dá muito mais resultado psicológico, e isto é tão ou mais importante. Se o indivíduo procurasse puramente resultados estéticos, procuraria um personal trainer, ou mesmo os exercícios maçantes das salas de cardio, acompanhado por um professor que não estaria prestando atenção em 30 alunos, mais a contagem musical, mais a execução dos exercícios, mais antecipação visual e verbal que acontece na aulas tradicionais de ginástica... Nós professores de ginástica, temos que nos desdobrar em 10 para atender bem um cliente, até mesmo para dar atenção à tão discutida Individualidade Biológica. O atendimento individual em aulas coletivas acontece sim (ou deveria acontecer), mas isso depende, lógico, da qualidade do professor e do quão dedicado ao aluno ele é.

Muitas pesquisas mostram que se uma pessoa treina com alguma companhia, ela tem menos chances de desistir da academia. A ginástica nas academias é importante tanto para a empresa, por ter vários fatores que facilitam a aderência ao exercício e conseqüente continuidade ao mesmo,  evitando a evasão; quanto para o cliente/aluno que, por estar motivado pelo ambiente descontraído e pelas pessoas em volta não pensa tanto na desistência, trazendo benefícios estéticos, psicológicos e para sua saúde.

Então, ao invés de nós, Educadores Físicos, discutirmos se a Ginástica Coletiva é benéfica, vamos nos ater aos resultados reais, afinal não existem estudos científicos que não demonstram alunos com melhoras significativas na composição corporal, condicionamento físico realizando aulas de ginástica. Quanto às possíveis lesões causadas por algumas atividades, bem, o professor tem que saber o limite de cada aluno, o que pode e o que não pode passar no treino aos seus alunos, mais uma vez entramos no assunto “qualidade profissional” na Educação Física. A ginástica de academia evoluiu muito, não precisamos mais ter medo das aulas de alto impacto, elas ainda existem, resistentes que são, mas já passaram por mudanças que as tornaram seguras e eficazes, basta aos professores se atualizarem e se reciclarem sempre. Basta sairmos da “zona de conforto”.

 

Vitor Hugo B Lopes
Estudante de Bacharelado em Educação Física – UFSC
Certificado em BODYPUMP, BODYCOMBAT, BODYSTEP, POWER JUMP, TRX Suspension Trainimg, CORE 360º, Prescrição
de Exercícios (Havard University), com experiência em aulas tradicionais como Step Class, Alongamento, Buns/Abs, Indoor Cycling
e REP Reebok.